segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

PARA GOSTAR DE POESIA!


                       

                     CORA CORALINA
  

          Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, conhecida como Cora Coralina. Nasceu na cidade de Goiás em 20 de agosto de 1889 e faleceu na cidade de Goiania em 10 de abril de 1985. Foi uma poetisa e contista e publicou seu primeiro livro aos 76 anos, apesar de ter iniciado sua carreira literária aos 14 anos. A vida não lhe deu chances antes. Era doceira de profissão, achava que os doces cristalizados que produzia eram bem melhores que seus poemas. Doce modéstia... Não seguia nenhuma linha literária, escrevia de forma simples sobre o cotidiano do interior porque viveu longe dos grandes centros urbanos. Poesia rica de singeleza sobre suas histórias pessoais, sua cidade, o ambiente onde fora criada. Escrevia entre doces... Seu pouco conhecimento das regras gramaticais (cursou somente as primeiras quatro séries) contribuiu para se valorizar a mensagem e não a forma em seus poemas. Escreveu Estórias da Casa Velha da Ponte ; Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais; Meninos Verdes; O Tesouro da Casa Velha; Meu Livro de Cordel; A Moeda de Ouro que o Pato engoliu; Vintém de Cobre; As Cocadas.
             Quando olho as fotos de Cora Coralina, vejo uma grande semelhança com minha avó que também viveu longe dos grandes centros, era culta, letra perfeita, educada. Casou com meu avô, homem rude, da agricultura, nem sei se sabia ler... Largou tudo e foi viver com seu grande amor no interior, no meio do mato numa casinha simples de taipa, lamparina e fogão a lenha e com sua mãos brancas e finas lavava a cinza das panelas com bucha de pepino, sabão e areia de rio... Tiveram muitos filhos... Eram tempos difíceis mas viveram um lindo e grande amor...

                                  Poeminha Amoroso
   
                     Este é um poema de amor
                     tão meigo, tão terno, tão teu...
                     É uma oferenda aos teus momentos
                     de luta e de brisa e de céu...
                     E eu,
                     quero te servir a poesia
                     numa cesta de flores do campo.
                     Talvez tu possas entender
                     o meu amor.
                     Mas se isso não acontecer,
                     não importa.
                     Já está declarado e estampado
                     nas linhas e entrelinhas
                     deste pequeno poema,
                     o verso;
                     o tão formoso e inesperado
                     verso que
                     te deixará pasmo, surpreso,
                     perplexo...
                     Eu te amo, perdoa-me, eu te amo...
                             
                                        Cora Coralina

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